
Nas duas últimas vezes que corremos percursos mais longos, ou chegamos às 8 da noite ou desistimos por falta de vento. Ou seja, as previsões não eram as melhores. Demoramos quase duas horas pra sair da baía, mas...
Na hora ninguém soube, mas a culpa de tudo que vou contar daqui pra frente foi do Oscar, velejador do Boteco 1 e tripulante do Dona Zezé. Perto da Fortaleza de Santa Cruz, ele deixou cair uma moeda na água (ele disse que foi sem querer) e fez um pedido: vento. PQP!!!! Precisava exagerar???? Será que a bendita moeda era de Libra Esterlina?
Toda a flotilha já estava fora da baía quando entrou o vento: 20 a 25 nós, rajadas de 30. Quem quiser achar a velocidade em quilômetros, basta multiplicar por 1,853 (aproximadamente). Ta bom, ta bom: mais de 40km de média e às vezes quase 60.

E nessa situação, o que acontece? O barco fica uma loucura: segurar o leme é tarefa árdua pros mais experientes e qualquer coisa que se precise fazer a bordo tem que ser muito rápido e sem erro. Fora isso, com o vento vem o frio e o mar batido que lava o convés e encharca você o tempo todo. Tomei um banho dentro da cabine do barco que pensava que só era possível se resolvesse mergulhar.
Logo depois de contornar a ilha, decidimos rizar a vela grande (baixar parte da vela pra diminuir a potência do barco) e o Armando resolveu trocar a genoa pela buja de tempestade. Na hora, eu e Aline gritamos pra colocar a genoa 2 (intermediária) pra não “desistir” da regata, mas ele insistiu. E estava certo. O Picareta cruzou a linha de chegada inteiro. E foi o único.
Da ilha até a chegada ao clube, Aline (proeira) e Pedro (filho do Armando e mascote do Picareta) ficaram guardadinhos dentro do barco. Além da segurança, dentro da cabine ajudavam a baixar o centro de gravidade do barco. Do lado de fora, eu, Armando e Morcegão vínhamos na escora e no controle das velas. Só pra vocês terem uma idéia da velocidade que nossos bravos veleiros alcançaram no sábado, mesmo com a área vélica muito reduzida, o Picareta ultrapassou uma traineira que andava a pleno motor.
No fim, teve barco com vela rasgada, mastro quebrado, barco que bateu em pedra. Enfim, foi o diabo. Mas o melhor é que ninguém de nenhuma tripulação se machucou e, no fundo, todo mundo quer mais.
Mas quem foi que disse que vela não é esporte radical?
PS: É claro que as fotos aí de cima não são do Picareta. É só pra vocês terem uma noção de como o barco pode ficar molhado e como o mar pode bater no costado no barco.
Um comentário:
um grande abraço meu amigo.... a gente por vezes anda distante mas o sentimneto que une as pessoas amigas está sempre presente...
é bom poder contar convosco.
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